quinta-feira, 29 de maio de 2008

Movimento lança campanha

O Movimento Água da Nossa Gente lançou no sábado passado, em Cornélio Procópio, no calçadão da Avenida XV de Novembro a campanha “Água: ter é viver”, que aborda dois temas relacionados à água: gestão e propriedade dos recursos hídricos.

O lançamento se fez em um lugar que as ações públicas do Movimento tornaram um espaço da cidadania procopense. O Movimento é uma organização da sociedade civil e sua relação com a cidade sempre se dá nesse nível de democracia e transparência, preceitos básicos da cidadania e do nosso trabalho.

Com a campanha “Água: ter é viver” prosseguem as ações que realizamos desde a nossa fundação, em novembro. Também damos seguimento às reuniões e palestras que vêm sendo desenvolvidas com intensidade − em maio a média foi de duas por semana −, agora com o foco dirigido à questão da gestão e propriedade dos recursos hídricos.

A água é um dos temas mais importantes da atualidade. No plano dos problemas ambientais de todo o mundo é um assunto tão importante quanto as mudanças climáticas. Não é exagero afirmar que o problema da água se encaminha para ser uma questão de vida ou morte. A verdade é que temos cada vez menos tempo e a escassez cresce. E o problema em nível global atinge até mesmo países com maiores recursos hídricos, como o Brasil.

Em pronunciamento no último Fórum Econômico de Davos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, contou que em visita ao Brasil no ano passado teve que cancelar uma viagem ao maior afluente do rio Amazonas, o rio Madeira. “Ele havia secado”, disse Ki-moon.

Sobre o Brasil, baseado em estudos da organização, o secretário-geral alertou que grande parte da floresta tropical pode estar destruída nas próximas décadas. O desmatamento e o fim das matas ciliares afetam também o Paraná. Em algumas regiões do estado, mananciais e rios atingidos até por poluição agrícola já se mostram prejudicados para o abastecimento de cidades de porte médio.

Com a campanha “Água: ter é viver”, vamos discutir a ameaça global da escassez tendo como base conceitos básicos do Movimento Água da Nossa Gente: a água é um bem comum e deve ter gestão pública. Em debates com técnicos e especialistas no assunto, vamos envolver civicamente a cidade na defesa de seu sistema de abastecimento, que é de muita qualidade. A campanha surge como um foro de debates para a prevenção de tempos muito ruins, previstos no plano global.

Devido à sua inevitável escassez a água tornou-se um tema de interesse internacional, que traz o sentimento de preservação, mas também o da cobiça pelo lucro. Por isso, é extremamente importante que comunidades que tem o privilégio do acesso à água de boa qualidade mantenham esse importante recurso como um bem comum, com gestão púbica e ao alcance de todos os seres humanos. Este é o caso de
Cornélio Procópio, onde a sociedade civil se levantou contra a ameaça da privatização de sua água.

Os desgastes provocados em rios e mananciais tornam a posse da água algo definitivo até para a nossa própria sobrevivência. Por isso afirmamos que ter é viver.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Água da Nossa Gente vai discutir gestão dos recursos hídricos

O Movimento Água da Nossa Gente vai promover a partir deste mês de maio uma ampla discussão sobre dois temas relativos à água: a propriedade e a gestão dos recursos hídricos. A partir desses dois assuntos pretendemos trazer para a população informações sobre o esgotamento dos recursos hídricos e a poluição, problemas preocupantes que exigem uma radical mudança de comportamento tanto da sociedade quanto dos governantes. Em meio aos terríveis problemas ambientais que o mundo atravessa, a gestão deste recurso natural adquire uma importância extrema.

Pesa também sobre a água a grave ameaça da privatização. Existe um interesse de políticos de que este serviço vital para a população fique sujeitado à economia de mercado. Isso pode colocar sob o controle de particulares, gente regida pelo desejo de lucro garantido, um serviço vital para a população, além de entregar nossos rios e mananciais para empresas que já demonstraram sua falta de interesse na preservação do meio ambiente e que também não teriam nenhum compromisso com a universalização do saneamento básico.

Isso pode significar um aumento das tarifas de água e um descontrole perigoso sobre sua preservação. A universalização do serviço, que hoje é uma realidade em Cornélio Procópio, também pode ser afetada gravemente.

Nosso Movimento nasceu da convicção de que a água tem que ser tratada como um bem comum, sob gestão pública e não como uma mercadoria sujeita aos ditames de um mercado regido pelo lucro. A água não pode ser submetida à lei da oferta e procura, regra econômica em que a escassez é até exigida como meio de aumentar os lucros. Dirigidas desse modo, essas empresas podem estar interessadas numa escassez dos recursos naturais.

Esses assuntos, que são o foco do trabalho do Movimento e que preocupam muito a população de Cornélio Procópio, serão tratados nos próximos meses em uma campanha na qual teremos palestras, debates, exposições e atividades culturais em conjunto com escolas, associações de bairro, sindicatos e outras instituições.

Como já dissemos, a campanha vai tomar como base as questões da propriedade da água e sua gestão, buscando aprofundar a consciência de que ter a posse dos recursos hídricos é na verdade a garantia da nossa própria vida.

Na próxima semana já estaremos distribuindo material confeccionado especialmente para a campanha. Teremos plásticos, jornais e um boletim periódico com informações importantes sobre a questão da água. Vamos otimizar a relação com a população, fortalecendo ainda mais o papel do Movimento como catalisador dos direitos da cidadania sobre os recursos hídricos.