domingo, 9 de dezembro de 2007

Água da Nossa Gente realiza Concurso de Desenho Infantil

Será realizado neste mês de dezembro o Concurso de Desenho Infantil do Movimento Água da Nossa Gente. O Concurso tem como tema “O Uso e a Preservação da Água”, estando aberto à participação de crianças com até 12 anos de idade. Serão concedidos três prêmios de primeiro lugar e três de segundo lugar, sendo que o julgamento será dividido em três categorias: até 5 anos de idade; dos 6 anos aos 8 anos; e dos 9 aos 12 anos.

O evento é realizado em Cornélio Procópio, porém é aberto às crianças de todo o estado. Os primeiros lugares receberão, em cada categoria, uma bicicleta. Os segundos lugares receberão mochilas escolares. No ano que vem também haverá uma grande exposição de trabalhos selecionados. O prazo para a entrega dos trabalhos é 24 de dezembro. Veja abaixo o regulamento completo.

O Concurso de Desenho Infantil é uma das atividades que se inserem na preocupação do Movimento em atuar com vigor na cultura da cidade, levando a questão da água ao cotidiano do cidadão por meio de ações criativas que aliem a diversão ao conhecimento.

Um dos papéis do Água da Nossa Gente é ser uma força catalisadora e também difusora para a conscientização e ação. Para isso devemos empreender variados trabalhos na área cultural, alertando e levando informação e conhecimento às associações, sindicatos, mídia, escolas e às ruas da nossa cidade.

E, neste aspecto, a criança deverá ter uma atenção toda especial. Se em qualquer atividade humana a educação da criança e sua interação com o conhecimento são imprescindíveis, na área do meio ambiente esta preocupação deve ser ainda mais intensificada, pois neste caso é vital que em conjunto com a conscientização do adulto a criança vá adquirindo as noções básicas sobre o problema e também participando das ações cotidianas.

Participe do Concurso de Desenho Infantil do Movimento Água da Nossa Gente: leve ao conhecimento das crianças o Concurso e converse bastante sobre o uso e a preservação da água para que, além de fazer um trabalho bem bonito, ela também aprenda bastante sobre a água.


REGULAMENTO

• Tema: O uso e a preservação da água.
• O concurso é aberto à participação de crianças com até 12 anos de idade.
• Tamanho dos trabalhos: Formato A3 (29,7cm x 42cm).
• Técnica: Qualquer técnica de desenho em qualquer tipo de papel, desde que no formato A3 (29,7cm x 42cm) e na gramatura mínima de 75 gramas. Colagens são permitidas desde que não ultrapassem 5 milímetros de espessura.
• Número de trabalhos: Cada criança pode apresentar até três trabalhos.
• Cada trabalho deve apresentar na parte de trás o nome completo da criança, a data de seu nascimento, o nome dos pais ou responsáveis e também endereço e telefone.
• Para a premiação, os trabalhos serão divididos em três categorias: até 5 anos de idade; dos 6 anos aos 8 anos; e dos 9 aos 12 anos.
• Cada categoria terá duas premiações: primeiro e segundo lugar.
• O primeiro lugar será premiado com uma bicicleta e o segundo lugar receberá uma mochila escolar.
• O júri também selecionará trabalhos que farão parte de uma grande exposição no ano que vem.
• Os trabalhos devem ser entregues até o dia 24 de dezembro nas lojas filiadas à Associação Comercial de Cornélio Procópio.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Relatório da ONU alerta para o desastre climático

O Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, divulgado nesta terça-feira em Brasília, lança um forte apelo aos países desenvolvidos para que cortem suas emissões de carbono e destinem recursos para custear danos e adaptações nos países mais pobres. O relatório afirma que existe o risco das mudanças climáticas interromperem e depois reverterem o progresso construído através de gerações, não só na redução da pobreza, mas também em saúde, nutrição, educação e outras áreas.

O Programa das Nações Unidas (PNUD) é a agência da ONU para promover o desenvolvimento humano. Todo ano, o relatório analisa em profundidade algum tema de desenvolvimento humano. Neste ano foi o impacto do clima.

Segundo o relatório, se nada for feito para conter as emissões de gases nocivos ao meio ambiente a temperatura do mundo pode subir 5º C até o fim do século. Se houver ação coordenada, o impacto pode ser reduzido para 2º C. A conclusão é que o modelo econômico que determina o crescimento e os níveis de consumo nos países ricos é ecologicamente insustentável.Porém, afirma o relatório, “com as mudanças corretas, não é tarde para cortar as emissões de gases estufa para atingir níveis sustentáveis, sem sacrificar o crescimento econômico".

O relatório aconselha os países mais ricos a cortar as emissões em pelo menos 80% até 2050 e, além disso, que destinem um adicional de pelo menos U$ 86 bilhões até 2015 aos países pobres, que deverão sofrer mais com as mudanças climáticas. "Cidades como Londres e Los Angeles podem enfrentar enchentes com o aumento do nível do mar (causado pelo aquecimento global), mas seus moradores estão protegidos por sistemas avançados de defesa de enchentes", diz o texto.

Os países ricos estão investindo um grande volume de recursos com infra-estrutura para proteger suas populações dos efeitos climáticos. Os países mais pobres, no entanto, não estão preparados para o problema. Segundo o relatório “nossa geração vai experimentar reversões muito grandes, com sérias ameaças para para o Nordeste brasileiro, o Delta do Gandi e a África subsaariana”. Com as mudanças do padrão de temperatura no Cabo da África, colheitas fracassarão e pessoas terão que enfrentar a fome e com a escassez de água.

As populações desses países passarão também pelo maior deslocamento nas próximas décadas. O ex-arcebispo sul-africano, Desmond Tutu, responsável por uma seção especial do relatório, chama essa desigualdade no enfrentamento do problema de “Apartheid da Adaptação”.

As prevenções colocadas em prática nos países pobres são extremamente precárias. Na Índia, no Delta do rio Ganges, para os crescentes riscos de enchentes mulheres estão construindo como refúgio plataformas elevadas feitas de bambu. Para o Egito, o aumento do nível do mar pode custar U$ 35 bilhões e causar o desalojamento de dois milhões de pessoas.

Por outro lado, os países ricos possuem muito mais recursos para aplicar em defesas contra enchentes, sistemas de armazenamento de água e em modificações na agricultura. Apenas como exemplo, o Japão elaborou planos de proteção do país contra a elevação dos níveis do mar, cujos custos poderiam chegar a $93 bilhões. Atualmente, o Reino Unido gasta anualmente US$1,2 bilhão no manejo de enchentes e prevenção da erosão costeira. A Agência Ambiental requisitou US$ 8 bilhões a serem investidos no fortalecimento das defesas contra enchentes em Londres.

O contraste entre ricos e pobres na luta contra os efeitos do aquecimento global são enormes. US$ 279 milhões foram prometidos ao Fundo Especial de Mudança Climática, formado para ajudar os países pobres. Isso corresponde à metade do que o estado alemão de Baden Würtemberg planeja gastar anualmente para fortalecer suas proteções contra enchentes.

O relatório mostra que "o mundo caminha para um ponto em que os países e os cidadãos mais pobres podem ficar permanentemente aprisionados em uma espiral de pobreza".

Os países mais ricos representam 13% da população mundial. No entanto, são essas nações economicamente mais desenvolvidas responsáveis por mais da metade da emissão dos gases de efeito estufa. O documento aponta as nações mais industrializadas como responsáveis pelos atuais danos ao planeta e ressalta que o impacto será maior sobre os 40% mais pobres do mundo, 2,6 bilhões de pessoas.

O relatório recomenda que os países do mundo comecem a trabalhar em acordos para a substituição do Tratado de Kyoto, sobre as emissões de Co2. Assinado em 1997, o tratado entrou em vigor em 2005 com a meta de reduzir em 5% as emissões de gases poluentes. Porém, até agora a maioria dos 141 signatários aumentou suas emissões. Os EUA, maior poluente do mundo, não assinou o Tratado de Kioto.

O Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD é um importante suporte para as negociações em Bali, na Indonésia, para um acordo pós-Kioto. Em Bali vai se realizar entre 3 e 14 de dezembro a Convenção Marco sobre Mudança Climática. Este encontro, que reunirá representantes de 180 países, estabelecerá uma estratégia de dois anos para se alcançar um novo acordo internacional de redução de emissões para depois de 2012, data em que o Protocolo de Kioto ficará sem efeito.
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POR José Pires

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Brasil produz mais poluição que riqueza

O volume de carbono emitido pelo Brasil cresceu mais depressa que a economia entre 1994 e 2005. Neste período o PIB cresceu em média 2,6% ao ano e o lançamento de gases que favorecem o efeito estufa variou 3,4%. O país produz menos riqueza do que poluição – inclusive contribuindo para o aquecimento da Terra.

Os dados são de um estudo encomendado pelo governo federal à entidade Economia e Energia que mede a emissão por indústrias, veículos, usinas de eletricidade e outros cinco setores. Dele vai sair o inventário nacional de emissões.

Não há nenhum estudo similar em relação a outros tipos de poluição, como o da água, mas não é improvável que os resultados sejam negativos também neste setor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Tietê, um rio que não ressuscita

O jornal Valor Econômico publicou uma excelente reportagem sobre a poluição no Tietê, rio que nasce em Salesópolis, passa pela região metropolitana cruzando a capital paulista e atravessa todo o estado de São Paulo percorrendo 1100 quilômetros até desaguar no rio Paraná, na fronteira do Mato Grosso Sul.

A reportagem de Samantha Maia e Daniela Chiareti é rica em informações sobre o atual estado do Tietê, um dos rios mais poluídos do país. Traz também o resultado das ações do Projeto Tietê, criado pelo governo paulista para sua despoluição.

A promessa era a de que em 15 anos a população poderia usar o Tietê “como os americanos usam o Potomac”. Em 1992 os políticos referiam-se ao rio de Whashington afirmando que como lá, após esse período de despoluição o Tietê teria lanchas, caiaques e jet skis, com a população podendo usufruir do rio sem riscos para a saúde.

Segundo a reportagem, foram investidos mais de US$ 1,5 bilhão em estações de tratamento e redes de coleta, mas o Tietê continua tão morto quanto antes. O financiamento foi feito com empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID.

O texto revela que mesmo com todos os gastos, a Grande São Paulo perdeu a primeira colocação no ranking de melhor atendida por rede de esgoto entre as dez maiores regiões metropolitanas do país. As outras cuidaram melhor desta área.

No início do Projeto Tietê, em 1996, 75% dos moradores da Região Metropolitana de São Paulo tinham coleta e tratamento de esgoto. Em 2006 este índice foi para 79%, colocando os paulistas no terceiro lugar empatados com Salvador. Belo Horizonte está à frente, com 83% (estava com 68% em 1992), seguida pelo Distrito Federal, que hoje tem 80%, contra 73% em 1992.

O objetivo inicial, que era limpar o rio em dois anos, não foi alcançado nem nos quinze anos do projeto. Segundo Richard Hiroshi, da diretoria de controle de poluição ambiental da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Cetesb, chegou-se a apenas 1/3 do que se deveria deixar limpo o Tietê. E ele diz que a despoluição levará mais “uns oito anos para avançar um pouco”. A limpeza completa levará décadas.

O Projeto falhou inclusive na área de avaliação e estabelecimento de metas. Hoje não se sabe bem nem qual é a real quantidade de esgoto que tem no Tietê. Sabe-se apenas que é uma quantidade excessiva. E as metas ambientais, que já não existiam no início do projeto, até hoje não foram estipuladas.

O único avanço na limpeza das águas foi quanto à queda da poluição industrial. Foram 1250 empresas monitoradas, as maiores poluidoras da região. Lançavam 4,7 toneladas por dia de metais pesados no rio, índice que caiu para 0,14 ton/dia já em 1995. Mas esta menor poluição ocorre também pelo fato de que apenas 607 dessas empresas continuam na área. A metade fechou ou mudou. E mesmo neste quesito há uma falha gigantesca: outras 290 indústrias deveriam ser monitoradas em uma segunda fase do projeto, com US$ 5 milhões do BID. Mas isso não aconteceu.

Nessa segunda fase também eram esperados recursos na ordem de U$ 1,2 bilhão, mas ingressaram apenas U$ 400 milhões. Outro fator que dificulta a limpeza do Tietê é a relação da Sabesp com as cidades que têm serviço de saneamento próprio. Segundo o Valor Econômico, dos 34 municípios da região, seis não estão sob o regime da Sabesp e acabaram não participando do projeto.

Guarulhos, a maior cidade da região metropolitana, com 1,2 milhão de habitantes, não trata uma gota de esgoto e joga tudo no rio. Apenas em dezembro de 2006 a prefeitura assinou um acordo com o Ministério Público se comprometendo a universalizar a coleta e o tratamento. Mas o prazo estipulado, de 30 anos, é considerado demasiado por especialistas e ambientalistas.

"É um abuso este prazo", diz o geógrafo Gustavo Veronesi, da Fundação SOS Mata Atlântica. Ele disse ao jornal, com toda a razão, que "não temos tempo a perder, tinha que começar ontem”.

Mas também entre os municípios sob o regime da Sabesp existem problemas. Itaquaquecetuba, por exemplo, teve que apelar para o Ministério Público para obter com a empresa um plano para a cidade, que tem 350 mil habitantes e só 5% de tratamento de esgoto.

A reportagem traça um aprofundado quadro da situação do Tietê e mostra uma absurda falta de atenção dos governos estadual e federal para com a limpeza do rio, com falta de investimento e, mais ainda, a ausência de comprometimento das cidades atingidas pelo problema. A falta de consciência sobre a situação dramática dos recursos naturais acaba colocando em segundo plano o cuidado com algo tão vital e desviando muitas vezes os recursos financeiros para obras que jamais deveriam ter prioridade sobre a água.

Vale a pena ler na íntegra a reportagem do Valor Econômico, o que você pode fazer em nossos arquivos. Para isso, clique aqui.
POR José Pires

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Uma boa nova para o meio ambiente

O Movimento Água da Nossa Gente foi lançado no sábado, 3 de novembro, e teve uma ótima repercussão. Em Cornélio Procópio (veja abaixo) ele já era assunto em toda a cidade em razão dos muros pintados com a nossa marca. No sábado, todos souberam da boa nova. Com o lançamento, o Movimento foi notícia na mídia e provocou na cidade um estimulante debate sobre um bem público tão essencial como a água.

Abaixo, notícia na Folha de Londrina sobre o ato de lançamento em praça pública.

Um movimento com uma marca vital de nascença: a água

Durante todo o mês de outubro Cornélio Procópio viveu a expectativa do surgimento do Movimento Água da Nossa Gente. Espalhamos por toda a cidade o símbolo do Movimento, sem informar o que era, para avivar na cidade uma discussão encaminhada para a nossa imagem.

Afinal, numa manhã do primeiro sábado de novembro, Cornélio Procópio soube da boa notícia por inteiro: nasceu o Movimento Água da Nossa Gente, um projeto humanístico, sem cunho partidário, para juntar todos em um trabalho pelo bem comum: a nossa água.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Água da Nossa Gente será lançado neste sábado

Será neste sábado, dia 3, o lançamento do Movimento Água da Nossa Gente. O evento acontecerá em Cornélio Procópio, PR, no calçadão da Praça XV de Novembro, a partir das dez horas da manhã.

O Movimento Água da Nossa Gente já nasce forte e representativo. Temos pessoas de várias áreas profissionais participando ativamente da mobilização. Até o momento já contamos com o apoio de 16 entidades, como sindicatos e associações de bairro e de classe. O Movimento é totalmente apartidário, pois acreditamos que a questão em foco não é restritiva em nenhum aspecto social ou ideológico: é um assunto que requer a atenção de todo ser humano com sentimento de democracia, solidariedade e comunhão em torno do bem comum que é a água.

O Movimento vai trabalhar com a questão da água, tanto em relação à própria cidade onde tem sede, quanto com os problemas da escassez e poluição no âmbito global. Seu surgimento se deu em razão da necessidade de uma ação global para evitar a grave situação que estudos científicos e documentos da ONU projetam para um futuro próximo. Se não tomarmos medidas agora para o uso racional e sustentado da água, o drama humano vivido hoje por regiões afetadas por sua escassez certamente se espalhará pelo planeta.

O surgimento do Água da Nossa Gente se deu a partir da consciência de cidadãos procopenses de que resultados positivos nessa área dependem da consciência e mobilização das instituições representativas espalhadas pelo mundo. Nesse aspecto, a atuação de associações, sindicatos, clubes e de outras associações de grupo ou profissional é de vital importância. O Movimento pretende ser uma força catalisadora e também difusora desta vital ação humanística.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período 2005-2015 como Década Internacional para defender a importância da água para a vida no planeta. Levando em conta a crescente degradação e esgotamento dos recursos hídricos, esta será uma época crucial para a humanidade, pois já passou da hora dos governos e instituições da sociedade civil se ocuparem com a máxima seriedade do tema.

Venha participar do lançamento desse trabalho humanístico em prol de um precioso bem natural: a água. Venha para o Movimento Água da Nossa Gente.